Dia internacional da mulher negra!

18:36

25 de julho: Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha.


O Brasil celebra, o Dia Nacional da Mulher Negra. A data foi instituída pela Lei nº 12.987/2014, inspirada no Dia da Mulher Afro-Latina-Americana e Caribenha, criado, em julho de 1992, como um marco internacional da luta e resistência da mulher negra no mundo. Essa data também é o Dia Nacional de Tereza de Benguela, líder quilombola que viveu no atual Estado de Mato Grosso durante o século XVIII.

Em comemoração, são realizadas audiências públicas, festivais, seminários, conferências e feiras, entre outras atividades, que têm por objetivo reafirmar a identidade, a história e a luta das mulheres negras brasileiras, representadas pela força e determinação de Tereza de Benguela.

A “Rainha Tereza”, como ficou conhecida, assumiu a liderança do Quilombo de Quariterê após a morte do companheiro, José Piolho, por soldados comandados pelas autoridades locais. Segundo documentos da época, o lugar abrigava mais de 100 pessoas, sendo 79 negros e 30 índios.

Números recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que 71% das mulheres negras estão em ocupações precárias e informais, contra 54% das mulheres brancas e 48% dos homens brancos. O salário médio da trabalhadora negra continua sendo a metade do salário da trabalhadora branca. Mesmo quando sua escolaridade é similar à escolaridade de uma mulher branca, a diferença salarial gira em torno de 40% a mais para esta.

Um outro estudo, realizado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), em 2014, mostra que 68% da população das penitenciárias femininas do País são mulheres negras, contra 31% de mulheres brancas e 1% de indígenas. Os dados também apontam que 49% da população penitenciária feminina do País têm menos de 29 anos e 50% possui apenas o ensino fundamental incompleto.

O levantamento revela, ainda, que o Brasil ocupa a 5ª posição da lista de 20 países com maior número de mulheres presas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China, Rússia e Tailândia.
A data é um marco internacional da luta e resistência da mulher negra contra a opressão de gênero, o racismo e a exploração de classe
Ao analisarmos a temática da mulher negra, pesquisas realizadas nos últimos anos demonstram a gravidade da situação enfrentada: a mulher negra apresenta o menor nível de escolaridade, trabalha mais, porém com rendimento mínimo, em condições precárias e de informalidade; e as poucas que conseguem romper as barreiras do preconceito e da discriminação racial e ascender socialmente necessitam se empenhar mais e abdicar de outros aspectos de suas vidas, como lazer, relacionamento, maternidade.
Esta realidade, que manifesta resquícios do período de escravidão, tem sido transformada através da luta e da organização das mulheres negras na América Latina e no Caribe. Apesar de ainda em desvantagem, mais mulheres e, mais mulheres negras estão se inserindo na universidade e no mercado de trabalho, estão conquistando espaços importantes na economia, na sociedade, na política. Essas mulheres estão lutando para transformar a realidade, superar as desigualdades e construir uma nova cultura na sociedade, de combate à opressão de gênero e ao racismo.
É visível o avanço no processo de empoderamento da mulher na sociedade latinoamericana e caribenha. Demonstração disto é a ascensão das mulheres ao posto mais alto do país: atualmente contamos com três presidentas, Dilma Rousseff (Brasil), Cristina Kirchner (Argentina) e Laura Chinchilla (Costa Rica), eleitas e reconhecidas pelo seu projeto político e pelos destinos para os quais conduziram seus países. Essa conquista, contudo, demonstra a necessidade de, também, priorizar-se a questão racial no enfrentamento à opressão de gênero.

O Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho, é mais do que uma data comemorativa; é um marco internacional da luta e resistência da mulher negra contra a opressão de gênero, o racismo e a exploração de classe. Foi instituído, em 1992, no I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, para dar visibilidade e reconhecimento a presença e a luta das mulheres negras nesse continente.
Este dia nos coloca a importância de fortalecer laços com a América Latina e Caribe, de reconstruir estas relações com as cidades latinas, por uma rede de solidariedade e constituição de acordos e políticas internacionais.

You Might Also Like

9 comentários

  1. Após tantas lutas e tantos anos... Tanto evoluímos mas nos falta tanto, ao ler o seu artigo fiquei aqui pensando no tamanho da caminhada que temos pela frente, e quanto podemos ficar desnorteados quando batemos de frente com a desigualdade... Mas é tão bom olhar pra trás e ver o caminho já percorrido da forças! Tenho fé em nosso futuro como por um mundo mais justo e sem desigualdade que com trabalho duro é totalmente possível.

    ResponderExcluir
  2. Adorei seu post muito informativo!!! E acho que essa data deveria ser mais divulgada o pq dela e, ter mais informações assim como vc fez! Parabéns!!!😊 💐

    ResponderExcluir
  3. Essa luta é vivida constantemente. Tanto que a divulgação dessa data não é tão enfatizada pela mídia. Infelizmente.

    ResponderExcluir
  4. Eu não sabia dessa data! Mas parabéns, atrasado, para todas vocês! Bjs

    www.mayaravieira.com.br

    ResponderExcluir
  5. Adorei o post!
    Não conhecia tbm, mas amo descobrir coisas novas.
    Super Beijo

    ResponderExcluir